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Professores homenageados no 29º Congresso Brasileiro de Geoquímica

A Sociedade Brasileira de Geoquímica organiza bianualmente o Congresso Brasileiro de Geoquímica e como parte da programação do evento há a outorga de 3 medalhas de Ouro:

Medalha de Ouro Djalma Guimarães
Outorgado a profissionais que ao longo de sua carreira contribuíram decisivamente no estabelecimento e difusão da Geoquímica no Brasil, bem como para a consolidação da SBGq.
Medalha de Ouro Koji Kawashita
Outorgado a profissionais no estabelecimento e desenvolvimento de laboratórios analíticos, reconhecidos nacionalmente, para apoio às Geociências.
Medalha de Ouro Richard Wheatley Lewis
Outorgado a profissionais que tenham se destacado nas pesquisas relacionadas à prospecção geoquímica no Brasil.
Fonte: Sociedade Brasileira de Geoquímica – https://www.sbgq.org.br/pr%C3%AAmios

Na 29ª Edição do Congresso Brasileiro de Geoquímica realizada de 09 a 11 de agosto deste ano de 2023 na cidade de Aracajú (SE) dois Professores Eméritos do Instituto de Geociências da USP foram agraciados com as Medalhas de Ouro, Prof. Celso de Barros Gomes (Medalha Djalma Guimarães) e Prof. Jorge Silva Bettencourt (Medalha Richard Wheatley Lewis).

Celso de Barros Gomes, nascido em 25/05/1935, é atualmente docente aposentado e Professor Sênior do Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo. Geólogo (1960), Doutor em Ciências (1967), Professor Livre-Docente (1971) e Professor Titular (1980) pela USP. Realizou pós-doutorados em Berkeley, Califórnia (1968-1969); Athens, Geórgia, (1972); Albuquerque, Novo México (1976, 1978, 1980); e estágios profissionais no National Bureau of Standards, Washington D.C. (1974); Applied Research Laboratories, Sunland, Califórnia (1972) e na Jeol, Tóquio, Japão (1990, 2011). Desempenhou várias atividades administrativas no Instituto de Geociências (diretor, vice-diretor e chefe de departamento) e na administração central da USP (chefe de gabinete do reitor, coordenador da comunicação social e coordenador-geral do projeto de implantação da USP Leste). Publicou 163 artigos em jornais científicos, 5 livros e 47 capítulos de livros e mais de 200 resumos em eventos científicos. Orientou 10 doutorados, 10 mestrados e vários TCC e iniciação cientifica. Contribuiu para a infraestrutura laboratorial geológica na USP e de várias universidades do país, nas áreas de geoquímica e mineralogia, com sua atuação em agências de fomento (FAPESP, CNPq, CAPES, FINEP), além da participação em Comissões do PADCT e PRONEX. Responsável pela criação do laboratório de microssonda eletrônica mais antigo do país (1971) e que continua ativo e produtivo. Ainda que em sua carreira tenha se ocupado de outros temas científicos (p.ex., meteoritos, que levou à publicação do livro Brazilian stone meteorites, em parceria com K. Keil, em 1980), a investigação do magmatismo alcalino foi a sua principal área de interesse; inicialmente no Brasil e posteriormente no Paraguai, Uruguai e Bolívia, o que resultou na publicação/organização de 4 livros (Alkaline magmatism in central-eastern Paraguay: relationships with coeval magmatism in Brazil, 1996; Mesozoic to Cenozoic alkaline magmatism in the Brazilian Platform, 2005; Magmatismo alcalino continental da região meridional da Plataforma Brasileira, 2017; e Os carbonatitos cretácicos da Plataforma Brasileira e suas principais características; 2020). Por sua atuação como Geocientista, recebeu vários reconhecimentos: Medalha de Prata (1970), membro titular da Academia de Ciências do Estado de São Paulo (1980) e da Academia Brasileira de Ciências (1994), Professor Emérito pelo Instituto de Geociências da USP (2006) e as medalhas de Ordem Nacional do Mérito Científico, nas classes Comendador (2002) e Grã-Cruz em (2010).

Nascido em 03/08/1930 em Mindelo, Ilha de São Vicente, Cabo Verde, Jorge Silva Bettencourt graduou-se em Geologia na Universidade de São Paulo, em 1961. Em 1965 realizou estágios nos serviços geológicos da Finlândia e Suécia, ingressando na área acadêmica como Professor Colaborador em 1966. Professor Bettencourt é um dos mais destacados profissionais da área de Geologia Econômica no país, sendo internacionalmente reconhecido por suas notáveis e importantes contribuições à Metalogênese e Geoquímica, em especial relativas à granitogênese e mineralizações de metais raros do Cráton Amazônico. Foi responsável pela formação de várias gerações de geólogos e pesquisadores da área de Recursos Minerais, contribuindo para o fortalecimento das ciências geológicas e da metalogênese no país. Suas pesquisas pioneiras com aplicações de isótopos estáveis à Metalogênese foram desenvolvidas no âmbito do seu projeto de Doutorado em Ciências, concluído em 1972, e no Pós-Doutorado na Université Pierre et Marie Curie e no Institute National Polytechnique de Lorraine, na França, em 1975. Em 1992 defendeu Tese de Livre-Docência e foi aprovado em concurso de Professor Titular em 1994. Visando difundir a aplicação das técnicas de geoquímica isotópica no país, dedicou-se, de 1995 a 2000, à montagem do Laboratório de Isótopos Estáveis no IG-USP, atualmente incorporado ao parque analítico do CPGeo. O título de Professor Emérito da USP foi a ele outorgado em 2013. Na sua profícua carreira acadêmica desenvolveu pesquisas relativas à metalogenia e à exploração mineral no Cráton Amazônico, na Bacia do São Francisco e outras importantes províncias minerais, com destaque para o modelamento metalogenético de depósitos minerais de metais raros e metais base e suas relações com a evolução crustal proterozoica. Como uma das maiores referências nacionais na área de Recursos Minerais, realizou ao longo de toda a sua carreira acadêmica a rara tarefa de trazer os desafios da indústria mineral para academia e estimular avanços científicos em prol da sociedade. Vários prêmios e títulos foram outorgados ao Professor Bettencourt, entre os quais o 1000 World Leaders of Scientific Influence (American Biographical Institute), o Barlow Memorial Award (Canadian Institute of Mining, Metallurgy and Petroleum), a Medalha José Bonifácio de Andrada e Silva (Sociedade Brasileira de Geologia), homenagem da Votorantim Cimentos pelo melhor projeto de pesquisa na área, Prêmio Personalidade do Ano do Setor mineral (2021) e condecoração com a Ordem do Dragoeiro, concedida pelo Presidente da República de Cabo Verde (2022), entre outros. Desde 2012, é Membro Titular da Academia de Ciências do Estado de São Paulo – ACIESP. Ao aliar o rigor científico e sua atuação na fronteira do conhecimento geológico com sua sólida experiência na indústria mineral, o Professor Doutor, estabeleceu a necessária base para elevar e consolidar sua projeção nacional e internacional. Assim, por sua notável carreira científica, ética, inegável dedicação à ciência e humanidade, esta justíssima homenagem por parte da Sociedade Brasileira de Geoquímica ao Professor Jorge Silva Bettencourt é tão merecida e comemorada.

Saiba mais sobre o 29º Congresso Brasileiro de Geoquímica: https://congressogeoquimica.com.br/2023/