Sustentabilidade no Instituto de Geociências

O Instituto de Geociências, em sintonia com seus cursos de Geologia e de Licenciatura em
Geociências e Educação Ambiental
, vem desenvolvendo com apoio e iniciativas dos servidores
docentes e não docentes e alunos diversas ações melhorar sua sustentabilidade, adiante sumarizadas.

Atividades já desenvolvidas e/ou em implementação

1. Reúso de água: Projeto com recursos de Edital SGA e do Centro de Pesquisas em Geocronologia e Geoquímica Isotópica (CPGeo)

Desde o segundo semestre de 2019 o Laboratório de Preparação e Separação de Minerais do CPGeo – IGc-USP, que tem uso intensivo de água para separação de minerais densos, implementou o
reúso da água utilizada na Mesa de Concentração Wilfley. A água descartada da mesa de separação é isenta de contaminantes, mas apresenta materiais argilosos em suspensão. A Mesa Wilfley utiliza cerca de 8,5 litros de água/minuto e com a implantação do sistema, a cada 20 minutos cerca de 200 litros de água é economizado. A Foto 1 ilustra a Mesa de Separação e todo sistema de captação de água para várias caixas de decantação, filtragem e captação de Equipamento que possui filtro com malha de 10m. A Tabela 1 apresenta o cronograma da aquisição e utilização dos recursos.

Foto 1 – Sistema de reúso de água LSP-CPGeo.


Material/ServiçosDataValorÓrgão financiador
Caixas d’água20/11/2018R$ 1.180,00CPGeo-IGc
Equipamento reúso20/03/2019R$ 12.661,18SGA + CPGeo-IGc
Instalação tubulações16/04/2019R$ 321,43CPGeo-IGc
TOTAL investidoR$ 14.162,61
Tabela 1 – Custos de implantação do sistema e financiamento

Outro laboratório, que utiliza serras diamantadas para corte de rochas a úmido, também necessita de uso intensivo de água e, no momento, está sendo planejada implantação de um sistema de reúso mais simples, pois não há necessidade de filtragem tão eficiente como a do laboratório anterior.

2. Reciclagem de materiais eletrônicos

Computadores, monitores, impressoras, equipamentos de áudio e vídeo utilizados em aulas, estabilizadores, nobreakes, teclados, mouses, caixas de som, equipamentos de rede, cabos e afins sem uso, inoperantes ou obsoletos do IGc e, eventualmente, pessoais dos pesquisadores, (Foto 2) são inicialmente analisados pela Seção Técnica de Informática para determinar seus destinos, seja no aproveitamento de peças para uso em equipamentos funcionais, seja para reutilização em outros locais (incluindo outras unidades da USP) e, por fim, para descarte. Após isso, os equipamentos são enviados ao CEDIR pela Seção de Patrimônio do IGc, após o processo de baixa patrimonial. O CEDIR, Centro de Descarte e Reúso de Resíduos de Informática da USP, dá a destinação correta às partes componentes destes materiais ou doação a instituições para reúso.

Foto 2 – Materiais elétricos e eletrônico para reciclagem.

3. Reciclagem de papel, plástico e vidro

O Setor de Serviços Gerais é responsável pela coleta, em todo Instituto, de papéis, plásticos e vidros. Estes materiais são depositados em containers apropriados (Foto 3) e a coleta destes materiais recicláveis é realizada duas vezes por semana, às 3ª e 5ª feiras, pela Empresa Nova São José Resíduos, contratada pela USP.

Foto 3 – Containers para materiais recicláveis.

4. Troca de lâmpadas fluorescentes por lâmpadas LEDS

Desde o início de 2021 as lâmpadas fluorescentes de todo IGc têm sido gradativamente substituídas por lâmpadas econômicas LED (Foto 4). A substituição é feita somente após a queima e os reatores e as lâmpadas fluorescentes queimada são enviados para reciclagem, como pode ser visto na Foto 1. Parte das lâmpadas instaladas são de cores quentes, para melhoria do conforto visual.

As salas de aulas e de docentes, assim como laboratórios, sempre que possível, tem tido as redes elétricas atualizadas para melhoria da segurança e instalação de interruptores adicionais para iluminação, o que permite que o usuário não tenha que, necessariamente, acender todas as luzes do ambiente ao mesmo tempo.

Foto 4 – Lâmpadas LED em sala da aula substituindo as antigas lâmpadas fluorescentes e forro mineral.

5. Instalação de forros minerais

Nas salas de aulas, em diversos laboratórios, na administração e nas salas de docentes, sempre que possível, tem sido instalados forros minerais para melhoria da iluminação e controle térmico, dado que estrutura das vigas vazadas do prédio são bastante inadequadas para o bom controle térmico das salas.

Há vários anos atrás o IGc foi visitado por equipe da SEF, que constatou por medições fotométricas melhorias da eficiência da iluminação das salas com a instalação dos forros, com a consequente possibilidade de redução do números de lâmpadas por sala.

Complementarmente, as luminárias tem sido instaladas em posições mais adequadas para iluminação em função da disposição dos móveis e equipamentos nas salas para também possibilitar um uso mais racional de lâmpadas para iluminação adequada das salas.

6. Equipamentos condicionadores de ar do tipo inverter

No IGc tem sido solicitada aos responsáveis a instalação novos equipamentos condicionadores de ar em salas de docentes e laboratórios apenas do tipo inverter (Foto 5). O mesmo tem ocorrido para substituição dos equipamentos não operacionais instalados.

Praticamente todos os laboratórios do IGc já possuem este tipo de equipamento, pois esta tecnologia propicia uma economia de até 40% de energia, uma vez que a temperatura desejada é atingida de modo mais rápido e mantida em níveis mais estáveis.

Foto 5 – Exemplo de condicionador de ar inverter split em laboratório.

7. Centrais inteligentes de condicionadores de ar

Recentemente, em projeto para laboratórios didáticos e de pesquisa apoiado pela CODAGE, o IGc foi contemplado com recursos para substituição de condicionadores de ar antigos. A proposta original era de instalação de condicionadores de ar do tipo inverter, mas visando a economia de energia e de manutenção, assim como o uso e controle inteligente da temperatura de cada sala individualmente, optou-se pela instalação de uma central inteligente, ou seja, um sistema central de refrigeração monitorado, mesmo com a redução do número de salas atendidas. Desta forma, a atal posição do IGc é de gradualmente instalar centrais inteligentes substituindo os equipamentos individuais em cada sala ou laboratório.

8. Instalação de painéis de energia fotovoltaicas

O IGc foi contemplado com o projeto “Implantação de Sistema de Células Fotovoltaicas no Instituto de Geociências – IGc-USP” no Edital Concurso de Projetos de Fomento às Iniciativas de Gestão Ambiental – Portaria SGA nº 001, de 30 de setembro de 2020, com o recurso de R$ 50.000,00. O IGc investirá R$ 50.000,00 adicionais, resultando num investimento total de R$ 100.000,00. O projeto tem como objetivo adicional, além da produção de energia verde, utilizar a instalação para fins didáticos para ambos os cursos sob responsabilidade do IGc, inclusive com visitas dos alunos durante e após a implantação dos painéis solares.

Com base em dados obtidos desde 2016 até o ano de 2020, o IGc é responsável por 1,7% dos consumo de energia elétrica da Cidade Universitária, justificando esta iniciativa.

Este projeto prevê inicialmente uma produção média de energia/mês de 2.505 kWh/mês.

O projeto desenvolve-se em parceria com o Instituto de Energia e Ambiente (IEE-USP), mas se encontra em atraso, devido a dificuldades decorrentes da pandemia e de questões relativas à formulação de edital de para licitação da instalação pelo IGc. Essas dificuldades estão sendo superadas com o apoio do IEE.

Dados da Instalação do primeiro módulo:

  • Produção média: 2.505 kWh/mês
  • Potência: ~20 kWp
  • 66 módulos 350Wp
  • 3 inversores 6 kW
  • Área de instalação 128 m²
  • Conexão em Baixa Tensão
  • Transformador incluso

Espera-se que após a instalação deste primeiro módulo seja possível sua expansão gradativa (Foto 6) até o limite possível determinado pela área construída do IGc e pelas restrições de geometria e sombreamento causado pela vegetação.

Foto 6 – Locais para instalação dos painéis fotovoltaicos nos telhados do IGc.

9. Aproveitamento de água subterrânea

A construção destes poços objetivou o aproveitamento da água para abastecimento do IGc, com potencial para o abastecimento adicional de outras unidades próximas ao IGc. Naquele momento, os poços foram conectados ao sistema de abastecimento hídrico do IGc, mas a água não foi posteriormente utilizada devido ao problema de salinidade do poço mais profundo, e à ocorrência natural de ferro dissolvido no poço mais raso.

Em 2022, visando melhorar a sustentabilidade do IGc, a água do poço mais raso foi analisada, quando contatou-se a ausência de contaminantes e os teores de ferro se encontravam em níveis adequados para o consumo, possibilitando repensar seu aproveitamento.

Desta forma, no momento, um serviço está sendo contratado para a manutenção e limpeza do poço mais raso e para a reinstalação da conexão do poço com a caixa d’água do IGc. Espera-se que a água deste poço, com eventuais correções futuras das concentrações de ferro, se necessário, possam suprir a totalidade das necessidades do IGc, com potencial de abastecimento de outras unidades vizinhas (FFLCH e FAU).

Todo esse processo é dirigido e acompanhado pelo Centro de Pesquisas de Águas Subterrâneas (CEPAS) do IGc.

Foto 7 – Poço para aproveitamento de água subterrânea no IGc, já com sistema de bombeamento.

10. Descarte de produtos químicos e frascos

Todos os frascos de produtos químicos já utilizados ou produtos químicos vencidos/utilizados são primeiramente tratados e neutralizados pelos técnicos dos nossos laboratórios, com a orientação da Química responsável do IGc.

Os produtos vencidos ou utilizados são descartados pela contratação de empresa especializada do IGc ou por órgão responsável do Campus que os recolhe.

11. Compostagem

Os funcionários do IGc desenvolveram e conservam uma pequena compostagem com folhas e materiais orgânicos em geral. Esta terra adubada é utilizada para manter uma pequena horta (Foto 8).

Foto 8 – Compostagem e horta no Instituto de Geociências.

12. Adesivos anti-pássaros em janelas

Tem sido comum choque de pássaros em algumas janelas do prédio do IGc, por vezes resultado na morte dos animais. Por Iniciativa da Assistente Acadêmica, devido a repetidos acidentes em sua sala, foi contatada pesquisadora que desenvolveu adesivos eficientes para impedir os choques de pássaros. Desta forma, foram instaladas em janelas de algumas salas do andar superior do IGc (Foto 9) barreiras visuais com a finalidade de evitar colisões e consequente morte de pássaros.

Estão sendo avaliadas outras janelas nas quais poderão ser instalados os adesivos.

Foto 8 – Janela andar superior IGc com adesivos.

Ações Futuras

Além das ações apresentadas anteriormente, o Instituto de Geociências busca constantemente melhorar sua sustentabilidade e ampliar o ensino nesta área.

Desta forma, estão sendo planejadas as seguintes ações:

1. Expansão da instalação de energia fotovoltaica;

2. Instalação de reúso da água no laboratório de corte de amostras;

3. Instalação gradativa de centrais inteligentes de condicionadores de ar;

4. Maior controle de reciclagem de papéis e plásticos;

5. Instalação de sistemas para captação de água de chuva para uso na jardinagem;

6. Enviar a matéria vegetal do corte dos gramados para o biodigestor do IEE;

7. Substituição dos copos plásticos e outros materiais altamente poluentes: sugestões de material substituto (e.g. uso de canecas) através de concurso que envolverá logotipo, design, material adequado, etc.;

8. Instalação de sensores de presença em corredores para acionamento da maioria das lâmpadas de iluminação;

9. Revitalização e utilização das áreas verdes:

  • Criação de espaços para convivência;
  • Ampliação de hortas;
  • Ampliação de espaços para compostagem.

10. Levantamento de materiais para reúso no IGc junto ao Setor de manutenção e demais setores do IGc visando:

  • Identificação e catalogação de materiais que podem ser reutilizados;
  • “Cata-bagulhos”: identificação de materiais a base de Fe, Cu, Al, vidros, etc. Para doação ou reutilização.

A sustentabilidade no IGc desenvolve-se também nas pesquisas e formação de recursos humanos, como estudos sobre uso e gestão de recursos hídricos, recursos minerais para transição energética, economia circular e uso de remineralizantes na agricultura, dentre diversos outros temas.