Publicado: 25/10/2024 16h04 – Última modificación: 25/10/2024 16h05 Fonte: https://bit.ly/4eaL4YN
por FURGP

Expedição inédita envolve cientistas de sete países e percorrerá mais de 20 mil km com o propósito de chegar o mais perto possível da costa do continente antártico
A expedição será coordenada pelo pesquisador e explorador polar Jefferson Cardia Simões, do Centro Polar e Climático (CPC) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), e contará com cientistas de sete países — Argentina, Brasil, Chile, China, Índia, Peru e Rússia. No total serão 61 cientistas, incluindo 27 brasileiros vinculados a instituições associadas ao Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia da Criosfera (INCT) e a projetos vigentes de pesquisa do Programa Antártico Brasileiro (Proantar/CNPq).
O objetivo é coletar amostragens ao longo da costa, envolvendo estudos biológicos, químicos e físicos, focando dados atmosféricos, geofísicos, glaciológicos e oceanográficos do manto de gelo antártico e seu entorno. A expedição também inclui um levantamento aéreo inédito das massas de gelo, monitorando o comportamento das geleiras diante das mudanças climáticas. A tecnologia avançada do satélite Starlink permitirá a troca de informações via texto, áudio e vídeo, com acesso ilimitado à internet durante todo o percurso antártico, facilitando a comunicação e a transmissão de dados em tempo real.
Segundo Simões, expedições antárticas que avançaram pelo continente ou fizeram circum-navegação existem há mais de dois séculos, cada vez mais perto da costa. “Em 2016/2017, com a participação de cientistas gaúchos, tivemos uma expedição mais ao norte. O pioneirismo desta nova expedição está em ser realizada o mais perto possível da costa da Antártica. Esperamos ter dados sobre a linha de flutuação dessas geleiras e, simultaneamente, apoiaremos um levantamento geofísico dessas frentes de geleiras para entender como elas respondem ao aquecimento da atmosfera e do oceano”, explica ele, reforçando que a expedição espera também coletar dados sobre a biodiversidade, a resposta da fauna polar às variações climáticas, a circulação oceânica e os sinais de poluição.
Para percorrer toda a costa e acessar o continente antártico será usado o navio quebra-gelo científico Akademik Tryoshnikov, do Instituto de Pesquisa Ártica e Antártica (São Petersburgo, Rússia). A expedição é 97% financiada pela fundação suíça Albédo Pour la Cryosphère, dedicada ao estudo e à preservação da massa de neve e do gelo planetário. E conta com apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (FAPERGS).
Principais objetivos da expedição:
– Estudar o impacto das mudanças climáticas nas geleiras e ecossistemas costeiros da Antártica
– Mapear hotspots de biodiversidade marinha
– Coletar dados sobre microplásticos e contaminantes emergentes
– Liderança nacional
A liderança brasileira marca esta iniciativa, conduzida pelo pesquisador Jefferson Cardia Simões, do CPC/UFRGS, delegado do Brasil no Comitê Científico para Pesquisa Antártica (SCAR, da sigla em inglês) do Conselho Internacional de Ciência (ISC). O projeto contribui para as ações do Proantar. Participam pesquisadores da UFRGS e da Universidade Federal do Rio Grande (FURG), Universidade de Brasília (UnB), Universidade de São Paulo (USP), Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Universidade Federal do Maranhão (UFMA)Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Universidade Federal Fluminense (UFF), Universidade Federal do Paraná (UFPR), Universidade Federal do Maranhão (UFMA) e Universidade Federal de Viçosa (UFV).
Leia a matéria na íntegra em: https://bit.ly/4eaL4YN