O dia 25 de setembro no Instituto de Geociências – USP tornou-se um dia especial, por ser o aniversário do Prof. Setembrino Petri.
Após a inauguração do Laboratório de Micropaleontologia com seu nome, montado pela Profa. Wania Duleba, atualmente da EACH-USP, a data passou a ser celebrada anualmente, contando com o tradicional bolo no pátio e depois foto com o Professor em frente ao Instituto, sempre com o apoio da MGA – Mineração e Geologia Aplicada e Multiambiente, empresa fundada por ex-alunos do curso de Geologia, o que era motivo ainda maior de orgulho do Prof. Setembrino.
Com sua partida, a Comissão de Cultura e Extensão do IGc/USP assume a data e passa a organizar a celebração, em formato de palestra em sua, agora oficial, “Tarde Prof. Setembrino Petri” o que, de certo modo, não deixa de ser uma continuidade do seu “mais um pouquinho’, expresso no belo texto enviado por sua filha Giselle abaixo.
O palestrante, Prof. Douglas Galante, curiosamente, assinou seu contrato de ingresso, na área de Paleontologia, também no dia do aniversário do Prof. Setembrino, no ano passado, primeiro sem sua presença, mas celebrado com a nomeação da Biblioteca do IGc com o nome do Professor.
O Prof. Galante apresentou seus trabalhos e os avanços na Paleontologia, décadas após o início das pesquisas do Prof. Setembrino. Utilizando técnicas avançadas de tomografia, imagens e análises químicas, muitas delas não destrutivas, foi possível até mesmo identificar o coração preservado em peixes fósseis do Araripe. A exibição dessas inovações gerou comentários entre os familiares, que lembraram com carinho como o Prof. Setembrino falava, com fascínio, sobre esses avanços nas ciências paleontológicas. Eles refletiram sobre o quanto ele teria se maravilhado com a palestra, realizada como uma homenagem ao seu dia no IGc.
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“Só mais um pouquinho”
Hoje meu pai faria 102 anos…
Faz um ano e meio que seu corpo deixou de produzir calor ao nosso lado, mas ele nunca deixou de nos agasalhar. Os corações que um dia foram tocados por ele, ainda comunicam-se gerando eletricidade, acendendo uma motivação como um luminoso que fica piscando “só mais um pouquinho”. Meu pai sempre queria “só mais um pouquinho”. Minha mãe falava vamos descansar, Bino, você já trabalhou muito, está cansado!!!!! E, ele respondia – “só mais um pouquinho”. Foi assim, de “só mais um pouquinho” em “só mais um pouquinho” que ele viveu 100 anos e fez tantos grandes pouquinhos: na Ciência, no amor, com a Terra, com as mãos, esticando o deleite, muitas vezes, aguentando a tensão da vida, com a esperança incondicional na resposta positiva ao “só mais um pouquinho”.
Não há mais a luz dos seus olhos, mas a sua energia, estampada no seu “só mais um pouquinho”, ainda se faz presente na paixão que pulsa entre nós. Tomemos o seu “só mais um pouquinho” emprestado para viabilizar as operações mágicas que nos levam à irrupção de uma criação, à paciência de uma pesquisa, à tenacidade de uma dedicação, à eternidade das perguntas e ao mais imperioso desejo de encontro, fazendo dos seus 100 anos uma inspiração de vida, uma força motora para a promoção de encontros, trocas e crescimentos, como hoje experimentamos através da conferência maravilhosa do Professor Douglas Galante – Novas Fronteiras na Paleontologia, promovida Pela Comissão de Cultura e Extensão do IGc. Agradecemos profundamente a todos da Geociências por abrigarem tão carinhosamente o filete de ouro forjado pela vida profissional do meu pai. Minha mãe Aracy recebe também, através deste gesto tão amável, “só mais um pouquinho” do calor do seu grande e único companheiro de uma vida inteira.
Giselle Petri e família
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