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Águas subterrâneas: como prolongar a vida do Aquífero Guarani?

O Estado de São Paulo é responsável por 80% das extrações do Aquífero Guarani. Na imagem, Aquífero Campeche, Florianópolis – Foto: André Ganzarolli Martins/Wikimedia Commons

Novo trabalho joga luz sobre o desafio global de gerir as águas subterrâneas fósseis – recarregadas há dezenas de milhares de anos – como as do Aquífero Guarani, que não recebem atenção suficiente de gestores

As águas fósseis do Sistema Aquífero Guarani (SAG) irão se esgotar, na ausência de uma gestão adequada no Brasil. Para especialistas do Centro de Pesquisa em Águas Subterrâneas (Cepas) da USP, prolongar o uso do SAG depende de uma gestão adaptativa baseada em estudos e monitoramento, que fomentem estratégias que integrem outras fontes de água, introduzam a recarga manejada de aquíferos, para dar sustentabilidade ao recurso. Os atores locais, que sofrem diretamente os impactos do esgotamento dos aquíferos, devem ser integrados à governança das águas subterrâneas.

O Sistema Aquífero Guarani está sob o Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai, em uma região com 15 milhões de pessoas, que usam suas águas para o consumo humano, agrícola e industrial. O Estado de São Paulo é responsável por 80% das extrações, com centenas de milhares de habitantes sendo abastecidos por esta fonte, em municípios como Ribeirão Preto, Sertãozinho, São José do Rio Preto, São Carlos, Bauru e Franca. Porém, boa parte das águas do SAG são fósseis, ou seja, foram recarregadas há dezenas de milhares de anos, com lenta reposição. Assim, as extrações têm causado quedas nos níveis de água do aquífero e, se não controladas, poderão exaurir o recurso.

O artigo From global to local scale: How international experiences contribute to the fossil water management of the Guarani Aquifer System, de pesquisadores do Cepas, busca na experiência de outras regiões, como os Estados Unidos, a Espanha, o Norte da África e o Oriente Médio, ideias e contribuições para a gestão das águas fósseis do SAG no Brasil.

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